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Educação na preparação dos cidadãos



Educar crianças com autoridade significa incutir-lhes, simultaneamente, um outro valor que é o Respeito.

A autoridade dos pais, exercida com tolerância e firmeza, amor e disciplina, liberdade e obediência, contribuirá para, no futuro, aquela criança saber exercer, quando adulta, este valor superior, com idênticos parâmetros, em quaisquer papéis que vier a desempenhar, sabendo, sempre, colocar-se na posição que lhe compete, sem usurpar os direitos dos seus semelhantes.

A criança que hoje se educar será o adulto que amanhã governará o mundo, por isso, todo o investimento será pouco para a mudança que se impõe, para uma nova família, uma nova escola, uma nova sociedade.

Tudo passará pela instrução integral, assumindo-se a pessoa como a entidade mais importante entre todos os seres existentes neste planeta.

Aos educadores das crianças de hoje, pede-se-lhes que as preparem para a mudança, com autoridade nas técnicas, nas estratégias e nas avaliações, com responsabilidade, moderação e generosidade.

No futuro exigir-se-á, não só uma especialização, mas o desenvolvimento de muitas outras capacidades e competências, que completam a pessoa em toda a sua dignidade, de resto, uma preocupação que não é de hoje, mas que, na prática, parece não ter, ainda, produzido resultados que ajudem a construir um mundo melhor.

As crianças, e também os educadores, devem ser orientados para:

«Princípios, técnicas, conhecimentos, métodos de análise e de solução de problemas, interpretação dos resultados e enunciado correcto das respostas com projecto de colocá-las em aplicação implicando, por sua vez, em reflexão, tais as capacidades gerais a particularizar de acordo com os imperativos da mudança.» (BONBOIR, 1977:188).

A responsabilidade de educadores, professores e formadores é imensa, não há mais tempo a perder.

Naturalmente que as primeiras medidas ao nível legislativo, recursos humanos, financeiros e infraestruturas competem aos poderes constituídos, ao nível do aparelho do Estado, em cuja composição devem ter lugar, e voz ativa, todos os representantes do sistema educativo-formativo.

Educar para a mudança, com responsabilidade, significa inclusão de toda a sociedade, cabendo, porém, aos decisores e aos executores, promoverem uma política que, estrategicamente, prepare as crianças atuais (e também adolescentes e jovens) para: quando assumirem a cidadania plena, estarem dotadas de todas as capacidades e competências, que as tornem melhores profissionais, governantes e cidadãos, do que as gerações que as precederam e que têm vindo a ocupar os vários poderes, nas diversas estruturas políticas, empresariais, governamentais e até religiosas.

Indiscutivelmente que compete aos adultos darem o exemplo, na circunstância, o bom-exemplo, aquele que leva a criança a querer imitar, portanto, um modelo que possa trazer algo de melhor em relação ao que existe, porque, independentemente da subjetividade dos valores e dos gostos, sempre haverá um conjunto de procedimentos que servem o interesse do maior número possível, logo, da sociedade em geral.

É pelo exemplo responsável e generoso que as crianças de hoje poderão ser os adultos que as gerações dos diversos poderes atuais não o foram.

A reflexão efetuada há mais de cinquenta anos, mantém-se, incomodamente, atual:

«O espectáculo constante de adultos que se impõem deveres e os cumprem; não fogem às obrigações, por menores e aparentemente insignificantes, pois sabem o quanto é misterioso e fugidio o momento da influência; não procuram inocentar suas faltas com razões fúteis; não mentem aos outros nem a si mesmos; não gracejam com as coisas sérias; em suma, são exigentes consigo próprios e obedecem com amor a certas leis que lhes são superiores; esse espectáculo é o instrumento por excelência e infalível de formação do senso de responsabilidade.» (SCHMIDT, 1967:296).

Se a situação em que neste primeiro quarto do século XXI, vive a humanidade, é da responsabilidade de gerações anteriores, que não educaram convenientemente as atuais, a questão que aqui fica, para reflexão, é a seguinte: Então por que esperam os responsáveis, diretos e indiretos para, de imediato, desenvolverem os projetos que visem a mudança para uma nova educação com autoridade e responsabilidade?

Uma educação para a preparação de cidadãos, capazes de proporcionarem o bem-estar geral, quando no exercício de funções politico-governativas? Para a assunção dos deveres e direitos de cidadania?

Para o exercício da autoridade democrática, partilhada entre educadores e educandos? Enfim, por uma nova sociedade dos valores altruístas, do pluralismo a todos os níveis, do multiculturalismo e da livre circulação das pessoas e bens? Pela tolerância e pela solidariedade.


BIBLIOGRAFIA


BONBOIR, Anna, (Dir.). (1977). Uma Pedagogia para Amanhã. Tradução, Frederico Pessoa de Barros. São Paulo: Cultrix.
SCHMIDT, Maria Junqueira, (1967). Educar para a Responsabilidade, 4ª edição, Rio de Janeiro RJ: Livraria Agir Editora

“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”
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Venade/Caminha – Portugal, 2024
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